
CONHEÇA CÁSSIA
A História, Carreira, Militância e Família.
História
Cássia Murer Montagner é filha de Jaguariúna, cidade onde nasceu em 1967, é a única filha mulher entre os seis filhos surgidos da união de Dona Marcela Caleffi, mãe zelosa que se dedicava a cuidar da casa e dos filhos, com Antonio Murer, homem trabalhador que sempre cumpriu seu papel de provedor do lar e foi um conhecido taxista em Jaguariúna.
Sua família morava no bairro Berlim, perto da então Escola Estadual Celso Henrique Tozzi, onde anos depois iria descobrir sua vocação para a nobre missão de educar e iria se formar professora. Nessa caminhada, os pais transmitiram aos seis filhos a importância do caráter, do trabalho e da perseverança na busca de seus objetivos.
Essas, diziam, eram qualidades herdadas da família desde que os primeiros ascendentes italianos trabalhavam na lavoura de café, o ganha-pão no final do século XIX. O casal humilde batalhava para dar aos filhos uma vida digna, e em seus planos estava o da filha se tornar professora, o que seria motivo de muito orgulho para toda a família e a coroação de grande parte de seus esforços.
Cássia lembra que desde menina seus pais a incentivavam a estudar e diziam que gostariam de vê-la formada como professora. “Nas décadas de 1950 a 1970, a profissão de professor era valorizada e me lembro com clareza do quanto meus pais me incentivaram a seguir a carreira no Magistério. Eu gostava de estudar e tinha uma queda pelas matérias das áreas de humanas, o que fez com que me identificasse com os livros e tudo o que me ensinavam”, diz.


Carreira
A trajetória iniciada pela boa aluna do Grupo Escolar Coronel Amâncio Bueno, culminou com a formatura no Magistério na então Escola Estadual Celso Henrique Tozzi, em 1985.
A carreira profissional da professora Cássia Murer começou em 1986, lecionando para alunos do antigo Mobral, o Movimento Brasileiro de Alfabetização, criado pela Lei número 5.379, de 15 de dezembro de 1967. Cursou a Faculdade de História em Amparo, de 1986 a 1988. Na época, a formação era concluída em três anos.
Pasou pela Escola Estadual de 1º Grau do bairro João Aldo Nassif, em 1987. Com paradas e retomadas, Cássia Murer voltou a dar aulas no distrito rural de Guedes em 1988, para alunos da 4ª série. A partir disso, já formada em História, realizou um sonho e passou a lecionar na escola Celso Henrique Tozzi e com os novos conhecimentos adquiridos, a professora acabou assumindo a coordenação na Escola Estadual em 1989, onde deu aulas de História até 1992.
Nessa altura da vida, fez a opção pelos deveres de mãe e esposa e deu uma parada na profissão, dedicando-se mais aos filhos. As atividades profissionais foram retomadas a partir de 1999. Após ser a segunda candidata mulher à vereadora mais votada nas eleições de 2000, não foi eleita devido ao “quociente eleitoral”, Cássia então trabalhou como vice-diretora da Escola Estadual Celso Henrique Tozzi em 2001 e 2002.
Em seguida, prestou concurso para supervisora de ensino na rede estadual e foi aprovada, ingressando na nova função em 2004.
Na administração de Jaguariúna 2009/2012, Cássia Murer comandou a Secretaria Municipal de Educação de Jaguariúna durante três dos quatro anos. E com pleno apoio e liberdade para o trabalho pedagógico, implantou melhorias e gerou avanços nunca alcançados até então, na educação municipal.
Finalmente em 2016 Cassia Murer foi eleita vereadora com 1,41% dos votos validos e hoje com experiência e muita dedicação trabalha para melhorar a cidade de Jaguariúna.
Militância
Enquanto na 5ª série, com apenas 11 anos, se candidatou para integrar uma das chapas que disputavam o Centro Cívico da escola, já gostava de um debate e adorava política. Cássia acabou eleita “vogal”, que significa “pessoa que tem voto em qualquer junta, júri ou assembleia”. Foi seu primeiro passo rumo à militância política.
Cássia Murer fazia questão de se empenhar nas causas que abraçava e sua liderança à frente do primeiro Grêmio Livre do “Tozzi” chamou atenção na comunidade escolar. Afinal, ali desabrochava uma nova liderança, e ela, para quem convivia mais de perto, demonstrava ter vocação política, algo que era considerado incomum, principalmente em se tratando de uma mulher, ou melhor, apenas uma menina. Tanto que a eleição levou muita gente a se perguntar: “Quem é essa Cássia?”.
Em 1986, já na Faculdade, enfrentou abertamente as primeiras reações contrárias a sua militância política em Jaguariúna. Havia sido deflagrada uma paralisação dos professores logo que eu comecei a dar aulas e eu prontamente, para espanto geral, aderi ao movimento. É bom dizer que, naquele tempo, os professores de 1ª a 4ª séries, normalmente não entravam em greve, particularmente nesta escola”.
Os sentimentos em relação às injustiças que presenciou ao longo da vida lhe deram consciência social e provocaram inquietação política. Assim, a rebeldia diante da indignação social não tardaria a se manifestar. Até porque, vivendo em uma comunidade de formação conservadora, era normal que qualquer tipo de contestação contra a chamada “ordem estabelecida” fosse vista como “coisa de comunista, de gente que gosta de agitar e ver o circo pegar fogo”. É nessa hora, diante de adversidades e críticas, que a pessoa precisa mostrar consciência diante de seus atos e, sobretudo, ter convicção ideológica como suporte, o que nunca faltou a Cássia Murer.

Família
Hoje, Cássia Murer Montagner é uma mãe orgulhosa dos filhos Oto Murer Küll Montagner, e Luís Murer Küll Montagner, ambos com o empresário Luiz Carlos Montagner.
“Adoro estar em família, adoro conversar com meu marido e meus filhos e, aliás, lá em casa não tem silêncio”, diz, mostrando que usufruiu de um suporte valioso para os embates que enfrenta com muita serenidade. E a família unida e saudável só enriqueceu o currículo da mulher, mãe e profissional. “Para minha alegria, meus filhos gostam muito de discutir política.” diz Cássia.
O Luís, que é o mais novo, esta cursando relações internacionais, já Oto, atualmente cursando mestrado na area de Ciências Econômicas, diz “Desde pequeno, aprendi a debater com minha mãe e nossas conversas sempre rendiam muito. Hoje, com a vivência acadêmica e tendo mentores PhD no assunto, sinto a importância das conversas informais que eu tinha e tenho em casa. Com certeza, tudo isso influenciou minha forma de pensar”.
O marido Luiz Carlos Montagner, o Luizinho, destaca a importância da companheira na família, com suas posições e atitudes que deixam sementes a serem cultivadas por todos. “Eu sempre gostei de política, mas a convivência com a Cássia me abriu novos horizontes. Passei a ter mais preocupações sociais e aprendi muito sobre educação”. Participativo e um grande apoiador das iniciativas de Cássia, Luizinho é companhia constante nas atividades sociais e políticas em que se envolvem.